O aumento da prevalência de suicídio em nosso meio suscita uma atenção especial aos familiares e cônjuges que sofreram a perda e que, possivelmente, enfrentam intenso sofrimento após a morte trágica do familiar. Sabe-se que a morte natural já promove grandes repercussões na dinâmica da família. Além do sofrimento pela perda, leva a alterações da estrutura estabelecida e exige uma readaptação do núcleo familiar à nova realidade. No entanto, quando se trata do suicídio, além do processo de luto e das perdas inerentes a uma morte, os familiares podem apresentar sentimentos como culpa, negação, vergonha dos julgamentos e sensação de vulnerabilidade ao suicídio. Esses sentimentos, quando não trabalhados, podem repercutir na saúde mental dos enlutados, tornando-se fator de risco para depressão e novos suicídios. O propósito deste estudo foi identificar a prevalência de depressão em familiares de suicidas que cometeram o ato entre 2013 e 2017 em Aracaju – Sergipe, além de reconhecer o perfil sociodemográfico desses familiares e verificar as estratégias de enfrentamento de problemas por eles utilizadas. O estudo constatou baixa prevalência de depressão nos enlutados, apesar da presença de sintomas depressivos em muitos familiares. Quanto ao enfrentamento do estresse associado ao suicídio, o suporte social configurou-se a principal estratégia utilizada. Foi identificado também que poucos eram aqueles que tinham acompanhamento psicológico, constatando que ainda são escassas as estratégias de posvenção em nosso meio.
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1 comentário em “A dor de quem fica: depressão em familiares de suicidas e suas formas de enfrentamento de problemas”
O tema é interessante e a proposta desse estudo trouxe-me curiosidade.
Entretanto, nas conclusões apresentadas, uma vez identificada uma “baixa prevalência de depressão nos enlutados”, temos aqui uma alvissareira notícia, não?