“Metade da ansiedade da vida moderna resulta de tentar fazer com que as coisas aconteçam antes do tempo” Dale Carnegie
Você sente que está sempre correndo? Vivemos em uma era que não para. O relógio parece nos empurrar sem trégua. A produtividade passou a ser nossa identidade e a sensação de “nunca ter tempo suficiente” se tornou quase natural.
É como se viver correndo contra o tempo fosse um pré-requisito para existir. Mas pare por um momento e se pergunte: a que custo? O preço desse ritmo frenético é alto, e ele costuma se apresentar de forma silenciosa – pela ansiedade.
A ansiedade no trabalho não aparece de repente. Ela é sorrateira, como aquele convidado indesejado que chega sem ser notado, mas vai ocupando cada vez mais espaço. Começa com uma leve sensação de incapacidade: a impressão de que você não vai dar conta de tudo.
Depois, surgem a dificuldade de concentração, as noites mal dormidas e, em alguns casos, a ideia corrosiva de que você simplesmente “não é bom o suficiente”. Sem perceber, você entra em um ciclo que afeta sua saúde mental, seu corpo, seus relacionamentos e até mesmo o desempenho que tanto tenta preservar.
Há algo curioso e cruel na forma como a sociedade moderna enxerga o trabalho. A romantização do trabalho parece ser incessante. Existe uma espécie de glorificação do estar sempre ocupado, como se a nossa capacidade de suportar o cansaço e o estresse fosse um troféu. Você já notou como algumas pessoas dizem “eu não paro um minuto” quase que com orgulho?
No entanto, essa romantização do excesso é uma armadilha. E é exatamente isso que Dale Carnegie nos alerta em sua epígrafe: “Metade da ansiedade da vida moderna resulta de tentar fazer com que as coisas aconteçam antes do tempo”.
Essa frase é tão simples quanto poderosa. Ela nos lembra que muitas vezes somos nós mesmos que alimentamos a ansiedade, porque tentamos controlar o incontrolável, apressar o ritmo natural das coisas e acumular mais responsabilidades do que conseguimos carregar. No trabalho, isso aparece de várias formas:
A sensação de que você nunca pode parar, mesmo quando seu corpo e mente estão pedindo descanso.
A culpa por não “dar conta” de tudo, como se fosse possível estar sempre no controle absoluto.
A pressão invisível, mas constante, para ser perfeito em um mundo que exige produtividade a qualquer custo. Você está sofrendo com ansiedade no trabalho?
Talvez você ainda não tenha identificado os sinais, mas eles estão lá. A ansiedade no trabalho é um mal silencioso, que muitas vezes ignoramos até que ela nos derrube.
Vamos refletir: você tem dificuldade de concentração, sentindo que não consegue focar em uma tarefa por muito tempo? E a irritação? Aquele contratempo pequeno que, de repente, parece insuportável?
E o sono? Você consegue descansar à noite ou acorda já cansado, sentindo que não tem energia para enfrentar o dia? Talvez a sensação de estar “no limite” seja sua companheira frequente, aquele sentimento de que uma nova tarefa ou problema será a “gota d’água”.
Esses sintomas são como o painel de alerta de um carro. Eles estão ali para avisar que algo precisa de atenção. E, como bem lembrou Dale Carnegie, a ansiedade não vem apenas do que está ao nosso redor – ela nasce de como reagimos a essas pressões.
Você pode estar se perguntando: “Mas como eu faço para lidar com isso? Meu trabalho não vai desaparecer, os prazos continuarão existindo…”. É verdade, mas o que pode mudar é como você se relaciona com tudo isso.
Talvez o primeiro passo seja aprender a estabelecer limites saudáveis. Dizer “não” é um ato de autocuidado, mesmo que pareça difícil no começo. Lembre-se: você não precisa carregar o mundo nas costas.
E que tal incluir pequenas pausas no seu dia? Não estou falando de horas de folga, mas de momentos curtos para respirar, tomar um café com calma ou simplesmente se desconectar por alguns minutos. Essas pausas são como recarregar as baterias – algo simples, mas poderoso.
Reavalie suas prioridades. Pergunte-se: “Isso realmente precisa ser feito agora?” Muitas vezes, nos cobramos prazos irreais, que ninguém além de nós mesmos estabeleceu.
E, acima de tudo, não enfrente a ansiedade sozinho. Procurar ajuda profissional não é fraqueza, é coragem. É reconhecer que sua saúde mental importa e que você merece cuidar de si.
A ansiedade no trabalho não é um reflexo de quem você é, mas de como você está vivendo. Ela não aparece porque você é “fraco” ou “incapaz”, mas porque o mundo à sua volta impõe um ritmo que ninguém deveria ter que sustentar.
Talvez o maior aprendizado aqui seja desacelerar. Confiar no tempo das coisas, entender que nem tudo precisa ser feito ao mesmo tempo, nem com perfeição. Porque, no final das contas, como Dale Carnegie nos ensina, “a ansiedade não vem do que está ao redor, mas de como reagimos a isso”.
Que tal dar o primeiro passo hoje? Se você está enfrentando ansiedade no trabalho, não espere até chegar ao limite. Cuidar da mente é essencial para viver melhor.
originalmente do JLPolitica.com.br