A magnífica Jeanne Moreau tinha razão: o amor é o elixir que nos mantém vivos e vibrantes. E não, não estou falando apenas do amor romântico, mas do amor pela vida, pelo desconhecido, pelas pequenas alegrias e, claro, por nós mesmos. Tenho uma declaração a fazer: aos 60 e tantos anos, estou apaixonada. Apaixonada por aventuras, por descobertas, por reinvenções e, sim, por mim mesma!
Viver bem aos 60 é uma arte – a arte de misturar sabedoria com uma pitada de travessura. Ter uma certa independência financeira também nos dá uma pitada de liberdade. Aliás, eu diria que essa liberdade é o meu tapete mágico.
Escutei alguém, por aí, dizer que dinheiro não compra felicidade? Verdade. Concordo que não, entretanto compra uma passagem de avião – dividida no cartão de crédito, certamente – para qualquer lugar deste vasto mundo, e isso, para mim, é um excelente começo!
Falando em viagens, quem disse que precisamos de uma companhia? Se esperar por um convite ou um príncipe encantado, poderia esperar sentada – e isso não é muito o meu estilo. Prefiro convidar a mim mesma para explorar as maravilhas do mundo, com meu melhor vestido, um sorriso no rosto e uma taça de vinho sempre à mão.
Com o meu tapete mágico, eu viajo, exploro, saboreio e celebro cada momento, cada lugar, cada novo sabor.
E por falar em saborear, quem disse que aos 60 não podemos nos deliciar com os prazeres da boa comida e bebida?
Uma taça de vinho aqui, um pedaço de chocolate ali, e a vida se torna uma celebração deliciosa e interminável. Não precisamos de um convite especial para desfrutar. Basta a boa companhia de uma amiga, e às vezes, essa companhia sou eu mesma, e está tudo bem!
Ah, os encantadores 60! Aquela época da vida em que a sociedade espera que nos tornemos avós adoráveis, dedicadas a novelas, tricô e receitas de bolo.
Bem, deixe-me contar-lhes um segredo suculento: aos 60, ou mais, a vida pode ser uma festa fabulosa e nós somos os convidados de honra!
Não assisto novelas e não sei cozinhar feijão com arroz, nunca evoluí no aprendizado do crochet que vovó Toinha fazia. Mas gosto de ler e amo escrever. Ferramentas que me fazem feliz. Ainda tenho muitos planos e sonhos, e o nome disso é saúde mental.
Aos 60, aprendi que minha felicidade é uma joia preciosa e não vou deixá-la nas mãos de ninguém, nem mesmo naquelas mãos fofinhas dos meus netos adoráveis.
Aliás, falando em netos, observá-los crescer é uma alegria que nem todo o ouro do mundo pode comprar. E, claro, tenho o privilégio celestial de ter pais lúcidos e saudáveis que acabaram de atingir o pico dos 80 e são os meus melhores amigos e maiores interlocutores. Graças ao bom Deus, sabemos rir e nos divertir juntos.
Então, aqui vai uma pérola de sabedoria: a vida não é uma lista de afazeres, mas uma lista de “quereres”. Quero rir até a barriga doer, quero comer como uma rainha e beber como uma deusa, quero dançar como se ninguém estivesse olhando e, acima de tudo, quero viver cada momento como se fosse uma celebração espetacular.
E tem mais: ao tempo que aprendi a dizer não – meu Deus, como isso é libertador -, já me permito também deixar fluir emoções e lágrimas, não antes permitidas ou concedidas para não quebrar protocolos e padrões ditados pelo social.
Hoje já exercito declarar minha contratransferência no modus operandis full, quer em casa, quer com amigos ou no meu consultório.
Gosto de dizer eu te amo de forma sincera e sem afetação, só emoção, e sei dizer com desenvoltura eu não gosto ou não gostei daquilo.
Aos 60, a sombra de outrem não é lugar onde escolho ficar. Prefiro estar sob os brilhantes raios do sol, celebrando a vida, o amor e todas as maravilhas que cada novo dia traz.
Então, aqui vai um brinde à vida fabulosa após os 60, onde cada momento é uma nova oportunidade de amar, rir, explorar e celebrar.
E para todos que acreditam que aos 60 devemos viver à sombra dos outros, deixo-lhes com uma piscadela maliciosa e um brinde à liberdade, à alegria e à maravilhosa arte de viver bem!
Lembre-se, a felicidade é uma joia rara, e não deve ser confiada a ninguém, exceto a você. Minha felicidade brilha nas risadas com amigos, nas danças desinibidas, nos encontros casuais – ou oportunamente planejados – com meus amigos e nas simples, mas preciosas horas passadas vendo meus netos crescerem e desfrutando da presença maravilhosa de pais saudáveis e ativos. E você, o que faz para ser feliz?!
originalmente do JLPolitica.com.Br