“O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem”
Arthur Schopenhauer
Caro leitor, gostaria de fazer comentários sobre um artigo que li recentemente e por ser um tema com o qual me preocupo muito, resolvi dividir com você.
No artigo “Rx for resilience: five prescriptions for physician burnout”, de Rachel Reiff Ellis, publicado em 29 de novembro de 2023, encontramos um retrato detalhado e preocupante do esgotamento profissional entre médicos.
Como Arthur Schopenhauer sabiamente destacou, sacrificar nossa saúde por qualquer vantagem é um erro colossal.
E, paradoxalmente, muitos médicos, aqueles dedicados a cuidar da saúde alheia, estão agora enfrentando esse mesmo dilema.
O burnout médico persiste, apesar da pandemia de Covid-19 se tornar cada vez mais um ponto distante em nossos retrovisores. As causas desse esgotamento são variadas, mas seus efeitos são universalmente debilitantes: exaustão, desapego emocional, letargia, sensação de inutilidade e falta de propósito.
Em sua investigação, Ellis destaca as vozes de médicos que clamam por soluções sistêmicas para o burnout, como remuneração justa, cargas de trabalho mais gerenciáveis e maior suporte administrativo.
No entanto, essas mudanças podem levar anos, se não décadas, para se concretizar. Paralelamente, é crucial desenvolver estratégias para aliviar os sintomas de burnout no presente.
Christine Gibson, médica e terapeuta de trauma, sublinha a importância de cada pessoa ter um “kit de ferramentas” para sair do estresse psicológico e físico. Aprender maneiras pessoais de aliviar seu próprio burnout é o primeiro passo para iniciar mudanças sistêmicas que podem beneficiar a cultura médica como um todo.
O burnout se manifesta não apenas emocionalmente, mas também fisicamente. Terapias somáticas, que enfocam como as emoções se manifestam no corpo, são ferramentas valiosas para médicos. Estas práticas ajudam a reconectar os profissionais com seus corpos, liberando tensões e restabelecendo o equilíbrio.
Além disso, o artigo destaca a importância de pequenas intervenções focadas em conceitos como alegria, humor, admiração, envolvimento e autocompaixão para construir resiliência e ajudar os médicos a se recuperarem dos sintomas de burnout.
Por fim, Ellis ressalta a importância de mudanças sistêmicas, mesmo que pequenas, no próprio ambiente de trabalho. Mudanças simples no cotidiano podem aumentar a calma e reduzir frustrações, contribuindo significativamente para a saúde mental dos médicos.
Retomando a epígrafe de Schopenhauer, é imperativo que os médicos, e todos nós, não sacrifiquemos nossa saúde por qualquer vantagem. Em última análise, preservar nossa saúde é o maior serviço que podemos oferecer a nós mesmos e aos outros.
Como leitores, é essencial que reflitamos sobre como podemos apoiar os profissionais da saúde em nossas comunidades, reconhecendo a importância de sua saúde e o bem-estar no contexto mais amplo da saúde pública.
originalmente do JLPolitica.com.br