Envelhecendo com sabedoria: resenha de “o adulto maduro no divã”

Um homem não envelhece quando sua pele enruga, mas quando seus sonhos e esperanças enrugam.

Samuel Ullman

Olá, meus queridos leitores, borboletas maduras e sábias! Aos 66 anos de idade revelo que ando pensando muito no processo de envelhecimento.  Hoje vamos embarcar em uma jornada deliciosa pelo livro “O adulto maduro no divã: ampliações teóricas”, de Adriana May de Mendonça e Denise Martinez Souza, publicado pela Triângullo Gráfica e Editora em 2020. Prometo que será uma resenha cheia de insights, e claro, um toque de psicanálise para apimentar nosso papo.

Para começar, o livro nos apresenta uma introdução que é como aquele primeiro gole de um bom vinho, que eu tanto adoro: nos prepara para uma experiência rica e cheia de nuances. A ideia central aqui é que envelhecer não é apenas acumular rugas e histórias de “na minha época…”. Pelo contrário, é uma fase cheia de potencialidades e desafios únicos. Afinal, quem disse que a vida para depois dos 66? Vamos descobrir que envelhecer pode ser um verdadeiro renascimento!

Donald Winnicott, nosso guru do amadurecimento, nos lembra que esse processo é contínuo. Sim, meus amigos, não paramos de amadurecer só porque apagamos mais velinhas no bolo. Então, se você acha que já está no ponto, surpresa! Ainda tem muito o que crescer. E Paul Baltes, com sua Teoria do Life-Span, nos presenteia com a visão de que estamos sempre aprendendo, crescendo e, claro, metendo os pés pelas mãos em qualquer idade. Ele destaca a continuidade, a multidimensionalidade e a plasticidade do nosso desenvolvimento. Sabe aquele ditado “pau que nasce torto, morre torto”? Esqueça! Segundo Baltes, podemos nos endireitar a qualquer momento da vida. Resumo da ópera: ainda posso melhorar e evoluir muito. Eu e vocês!

Agora, vamos falar sobre os mitos e contos infantis, que são a cereja do bolo deste livro. Essas histórias, tantas vezes interpretadas como auxiliares para crianças lidarem com seus fantasmas, ganham uma releitura fascinante quando aplicadas à experiência de envelhecer. O livro nos mostra que nossa identidade continua a se desenvolver na maturidade. Veja Picasso, por exemplo. Ele estava criando obras-primas até o fim da vida. Anthony Quinn? Nem se fala! Este repetiu a célebre dança do filme “Zorba, o Grego” aos 90 anos com muita graça e sexy appeal. A criatividade e a produtividade não têm prazo de validade. Então, meus caros, nada de pendurar as chuteiras cedo demais!

Os mitos são fascinantes, não são? Eles nos ajudam a lidar com os mistérios da vida, especialmente o envelhecimento. Segundo o livro, criar novos mitos pode ser uma forma de dar sentido a essa fase. Pense em si mesmo como um herói da mitologia moderna, enfrentando dragões (ou talvez só aquele resfriado chato) com sabedoria e coragem. Os contos infantis não são só para crianças. Eles trazem lições valiosas sobre o envelhecimento. A madrasta de Branca de Neve? Medo de envelhecer. Gepeto, de Pinóquio? A sabedoria de um idoso solitário que encontra companhia e propósito. E as fadas de A Bela Adormecida? A proteção e orientação que só os mais velhos podem oferecer.

Vamos mergulhar um pouco mais nessas histórias. A madrasta de Branca de Neve exemplifica o temor do envelhecimento e a rivalidade entre gerações. Ela é a personificação do medo de perder a juventude e a beleza, transformando-se em uma figura maligna. Mas os anões, exceto Dunga, são figuras idosas que ajudam Branca de Neve, mostrando a possibilidade de uma convivência harmoniosa entre gerações.

Gepeto, o velho carpinteiro de Pinóquio, simboliza a sabedoria e a criatividade na velhice. Sua solidão é aliviada pela criação de Pinóquio, mostrando a importância dos vínculos afetivos e da transmissão de conhecimentos. Ele representa a capacidade dos idosos de cuidar e transmitir sabedoria, enquanto Pinóquio simboliza a impulsividade juvenil e a necessidade de orientação.

E quem não lembra das fadas de A Bela Adormecida? Elas representam a proteção e a orientação dos mais jovens pelos mais velhos. A presença de Aurora entre as fadas demonstra a importância do intercâmbio entre gerações para a revitalização dos mais velhos. A história enfatiza a transição da infância para a adolescência e a importância da proteção e orientação dos mais velhos.

Os mitos e contos infantis desempenham um papel crucial na compreensão do envelhecimento e das transições da vida. Eles refletem os medos, desejos e sabedorias acumuladas ao longo das gerações, ajudando tanto os jovens quanto os mais velhos a encontrar sentido e conexão em suas experiências. Envelhecer é inevitável, mas como vivemos essa fase é uma escolha nossa. Então, vamos escolher viver com alegria, humor e muita sabedoria.

A primeira parte do livro destas duas meninas, nos deixa uma mensagem clara: precisamos viver plenamente cada etapa da vida, com desejo, criatividade e realização pessoal. Como disse Samuel Ullman, “Um homem não envelhece quando sua pele enruga, mas quando seus sonhos e esperanças enrugam.” Isso é tão verdadeiro! Cada fase da vida traz uma nova perspectiva e nos permite redescobrir essas histórias com um olhar renovado e sábio.

E aí, meus queridos leitores, gostaram da resenha da primeira parte do livro? Espero que sim! Vou continuar lendo e trazendo minhas impressões para vocês. Agora, convido vocês a refletirem sobre suas próprias jornadas de vida e a verem o envelhecimento com novos olhos. Afinal, como disse Ullman, não são as rugas na pele que nos envelhecem, mas a falta de sonhos e esperanças. Então, amem muito e vivam plenamente!

originalmente do JLPolitica.com.br

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