O Janeiro Branco é uma linda campanha desenvolvida por psicólogos em 2014 em Uberlândia e hoje abraçada por todos os profissionais da área de saúde, que tem o objetivo de desenvolver uma cultura de valorização da subjetividade humana e fomentar o cuidado que devemos ter com a nossa saúde mental.
Não há dúvidas que o mês de janeiro é bem propício para isso, pois com a virada de ano novo, surgem múltiplas demandas e preocupações aliadas à necessidade de se rever os projetos anteriores e avaliar se houve conquistas ou retrocessos, e urge a necessidade de realinhamento, mudanças e renovações: rever a satisfação nos relacionamentos amorosos, aproximar-se mais da família e dos amigos, buscar novas oportunidades na vida profissional. Reinventar-se!
Paralelo a isso, o ano, para alguns de nós, começa com uma série de preocupações e estresse, vinculados aos aspectos econômicos, como quitar IPTU, IPVA, pagar os Conselhos de Classe, matricular as crianças na escola e adquirir material escolar, quitar o cartão de crédito com os excessos cometidos com os presentes de Natal e os custos das férias já gozadas.
Faz-se mister advertir, inclusive, os próprios profissionais de saúde, em especial os da área psi, psiquiatras e psicólogos, que pouco se cuidam e não raro, eles próprios negligenciam sua qualidade de vida e sua saúde mental e sequer experimentam, uma única vez, que seja, na própria pele, os efeitos de uma psicoterapia que eles próprios recomendam aos seus pacientes.
Enfim…
Janeiro é um período de recomeço e de novas promessas: voltar a estudar, matricular-se na Academia, parar de beber e fumar, conhecer-se e buscar ajuda psicoterápica. Muitas vezes, todos estes movimentos são espontâneos em um processo de avaliação das suas próprias vidas, amadurecimento e crescimento pessoal.
Assim, nada mais natural que seja Janeiro, o primeiro mês do ano, o mês para motivar as pessoas a pensar sobre o seu bem estar, seu equilíbrio emocional e sua Saúde Mental, e repensar valores buscando respostas sobre qualidade e sentido de vida e mais, que sejam instigados a decifrar o que lhe faz ou não pessoas felizes. Às vezes falta muito pouco, além da coragem de mudar.
Às vezes estamos adoecendo emocionalmente e nem percebemos. Tão mais fácil lidar com as doenças físicas. Elas são mais facilmente reconhecidas, através de exames laboratoriais e ou de imagens, e com o uso de antibióticos, anti-inflamatórios e ou analgésicos cura-se boa parte delas. Mas quando se trata de sofrimento psíquico, resistimos buscar um médico e ou um psicólogo para nos dar o suporte e ajuda necessários.
Não é apenas de responsabilidade dos profissionais de saúde, o cuidado com a saúde mental dos nossos pacientes. O Janeiro Branco alerta cada um de nós sobre a manutenção de uma vida saudável e harmônica. Cabe a cada um zelar pelo seu bem-estar psíquico e isso parece ser negligenciado, não raro por puro desconhecimento.
Vivemos um momento em que a depressão e o suicídio sustentam altas taxas estatísticas no mundo inteiro e uma campanha desta ordem é muito bem-vinda, pois é capaz de alertar e de fazer refletir sobre sintomas inaparentes, reduzir riscos e danos.
Onde há saúde mental, há sonhos, esperanças e projetos, há vida e paz nas relações, e mais segurança no nosso entorno. Tentemos, pois, colocar a casa interna em ordem! Tentemos nos reestruturar e organizar! Tentemos mudar! Tentemos ser felizes!
Feliz Janeiro!!
2 comentários em “Janeiro Branco”
Acho paradoxal e incompreensível o profissional de psicologia(especificamente) não utilizar o instrumento que, insistentemente, preconiza ao outro, a psicoterapia.
Excelente mensagem, valeu!