“A vida é o que acontece enquanto você está ocupado fazendo outros planos”
John Lennon
Caro leitor. Quem aqui nunca sentiu aquela necessidade premente de dar uma pausa, respirar fundo e simplesmente se desligar da rotina diária? Ah, as férias! Esse oásis no deserto da vida cotidiana que nos permite não apenas descansar, mas também refletir sobre nossa jornada, nossos relacionamentos e até mesmo nossa saúde mental.
No entanto, como escolher o companheiro ideal para essas aventuras ou retiros solitários? Familiares, amigos ou a própria companhia? Cada escolha traz suas próprias alegrias e desafios. Viajar com a família pode fortalecer laços, mas também testá-los. Amigos podem trazer leveza e diversão, mas às vezes precisamos de um momento de introspecção que só a solidão pode oferecer.
E aqui, meu caro, minha cara, entra a importância vital das férias. Para nós, trabalhadores incansáveis, elas são o momento de recarregar as baterias, de nos afastarmos o suficiente do trabalho para enxergá-lo com novos olhos ao retornar.
Para os casais, é a oportunidade de redescobrir um ao outro fora do contexto doméstico. Para os pais e avós, é a chance de criar memórias inesquecíveis com os pequenos, ou, por que não, redescobrir-se fora dos papéis familiares.
As viagens, meus amigos, são o resgate de nossa alma, uma oportunidade de nos reencontrarmos e nos redefinirmos. A bagagem que trazemos de volta é muito mais do que souvenirs – é composta de experiências, aprendizados e, acima de tudo, de uma renovação interna.
Nesse contexto, não posso deixar de mencionar o recém-falecido empresário Abílio Diniz, aos 87 anos e com muito vigor físico e intelectual, cujo início da sua partida deste mundo se deu em um momento de lazer, em Aspen.
Mesmo diante do triste desfecho, há algo reconfortante na ideia de que ele estava fazendo algo que amava. Diniz, sempre entusiasta da vida e do bem-estar, nos lembra que cada momento é precioso e que devemos aproveitar nossas pausas ao máximo.
E por falar em aproveitar, após minha recente viagem, percebi uma coisa curiosa: o cansaço. Sim, aquele cansaço que nos faz desejar férias das férias. Isso me levou a uma reflexão: será que isso é um sinal de que estou envelhecendo? Ou será apenas uma indicação de que, às vezes, menos é mais, e uma única viagem pode ser tão rejuvenescedora quanto várias?
Como psicanalista, vejo nessas indagações não apenas questionamentos pessoais, mas também um convite para todos nós refletirmos sobre o ritmo de nossas vidas e sobre como e com quem escolhemos passar nossos momentos de descanso.
Portanto, meus queridos leitores, enquanto o carnaval deixa sua alegria e folia para trás, e nos preparamos para retomar nossas atividades, que possamos levar conosco a lembrança de que o descanso é essencial, não apenas para o corpo, mas para a alma. Que as férias sejam um momento de renovação, seja em companhia ou na doce solidão que nos permite ouvir nossos próprios pensamentos.
Até a próxima, e lembre-se: a vida é uma jornada, e o descanso faz parte do caminho.
originalmente do JLPolitica.com.br
