“A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.”
Fernando Pessoa
Você já sentiu aquela necessidade de explicar suas escolhas para os outros? Talvez a decisão de terminar um relacionamento, mudar o cabelo, fazer uma cirurgia plástica ou simplesmente vestir-se de uma forma que lhe faz sentir bem?
A verdade é que muitas vezes nos pegamos justificando aspectos da nossa vida para aqueles ao nosso redor, como se fosse preciso uma validação externa para viver plenamente nossas escolhas. E quanto mais tentamos justificar, mais as cobranças aparecem.
É quase como se estivéssemos em uma vitrine, sempre expostos ao julgamento alheio. Se você começa a namorar alguém, logo perguntam quando vai casar. Se decide se separar, a curiosidade sobre os motivos invade. Mudou o corte de cabelo? Por que tão curto? Fez uma plástica? Mas será que precisava mesmo? Em todas essas situações, parece que a sociedade está de lupa, analisando e esperando justificativas para cada passo seu.
Mas, aqui está o ponto: você não deve justificar suas escolhas para ninguém. Suas decisões, sejam grandes ou pequenas, são parte de quem você é e do caminho que escolheu para trilhar na vida.
O que os outros pensam ou esperam é problema deles, não seu. Fernando Pessoa nos lembra que a verdadeira liberdade é ser capaz de viver sem a necessidade constante de agradar ou explicar-se aos outros. Se você está bem consigo mesmo, por que seria necessário viver explicando suas decisões?
Há uma armadilha perigosa em tentar justificar tudo o que fazemos. Quando nos justificamos, damos aos outros um poder que não deveriam ter – o poder de validar ou invalidar nossas escolhas. A partir do momento em que você sente a necessidade de explicar suas ações, abre uma porta para o julgamento.
E quanto mais você explica, mais questionamentos surgem. “Por que você decidiu isso?” “Será que foi a melhor escolha?” “Você não acha que deveria ter pensado melhor?”. Quanto mais justificamos, mais somos cobrados. E, de repente, as nossas decisões, que deveriam ser completamente nossas, começam a ser moldadas pela expectativa alheia.
Veja o exemplo clássico de um relacionamento. Você começa a namorar e, de repente, todo mundo quer saber quando vocês vão casar. Como se existisse um roteiro pré-determinado para todas as vidas: namoro, casamento, filhos, e por aí vai.
Mas a vida não é um roteiro. Não é preciso seguir uma ordem imposta ou dar satisfações sobre onde você está e para onde vai. A decisão de estar em um relacionamento – ou de sair dele – é apenas sua, e ninguém mais precisa entender ou aprovar.
O mesmo acontece com questões pessoais, como a aparência. Decidiu cortar o cabelo bem curto ou pintar de uma cor vibrante? Fez uma cirurgia plástica que lhe trouxe mais confiança? Isso só diz respeito a você.
Se alguém questiona o porquê dessas escolhas, lembre-se de que você não precisa de uma razão além da sua própria satisfação. Tentar explicar suas motivações apenas abre espaço para críticas que, na verdade, não têm lugar na sua vida.
Quanto mais você se liberta da necessidade de justificar, mais você conquista o controle da sua vida. E, honestamente, essa liberdade é transformadora. Quando você para de explicar suas ações, as pessoas ao seu redor também param de questionar. Elas percebem que suas decisões são firmes e que você não está buscando a aprovação de ninguém. Isso traz uma mudança de postura, uma confiança interna que reflete em todas as suas relações.
Então, da próxima vez que alguém questionar suas escolhas, pense duas vezes antes de justificar. Você não deve explicações sobre o seu namoro, sua separação, sua roupa ou qualquer outra coisa que diga respeito apenas a você. Sua vida, suas regras.
No final das contas, viver de acordo com as expectativas alheias é um caminho certo para a frustração. Viver de acordo com as suas próprias expectativas? Isso é libertador. E a verdadeira liberdade não precisa de justificativa.
Pare de tentar agradar a todos. Não justifique suas escolhas, apenas viva-as. A paz de estar alinhado consigo mesmo vale mais do que a aprovação alheia. Afinal, quem vive sua vida é você. E você? Quantas vezes já se pegou justificando suas decisões para os outros? Pense nisso. Sua vida, suas regras.
originalmente do JLPolitica.com.br