A saúde mental dos futuros médicos: uma jornada além dos livros

“A maior descoberta de minha geração é que um ser humano pode alterar sua vida mudando sua atitude mental”
William James

Caros leitores. Como membro da banca de defesa de uma tese de doutorado extraordinária, fui testemunha da eloquência com que a saúde mental dos estudantes de medicina foi abordada.

A tese, intitulada “Relação entre qualidade de vida, estresse percebido, ansiedade e depressão em universitários brasileiros de medicina e o modelo pedagógico da instituição”, é um trabalho da autoria do professor e agora doutor Halley Farraro Oliveira que transita como docente entre a Universidade Federal de Sergipe e a Universidade Tiradentes. O trabalho dele não apenas aborda questões acadêmicas, mas também toca a alma e a mente.

Com grande satisfação, observei que o autor fez referência ao meu próprio trabalho, integrando-o de forma significativa em sua pesquisa. Essa menção não apenas me enche de orgulho, mas também reafirma a importância do diálogo contínuo entre pesquisas e evolução do conhecimento.

Neste estudo, o autor mergulha na intricada relação entre as metodologias de ensino e o bem-estar mental dos estudantes de medicina. A análise compara métodos tradicionais de ensino com as metodologias ativas do processo ensino-aprendizagem, em especial a aprendizagem baseada em problemas – Problem-Based Learning -, conhecido como PBL, revelando como diferentes abordagens pedagógicas podem influenciar profundamente a saúde mental dos estudantes.

Esta pesquisa ressalta um ponto crucial: o processo educacional na medicina vai além do aprendizado técnico. Ele molda o emocional e o psicológico. Como médica, professora e escritora, sempre acreditei que a formação médica deve abraçar tanto a ciência quanto a sensibilidade humana. A saúde mental, muitas vezes relegada a um segundo plano na educação médica, merece um foco renovado.

O estudo sugere que metodologias como o PBL, que promovem o aprendizado colaborativo e a resolução de problemas práticos, podem ter um impacto benéfico na saúde mental dos estudantes. Isso nos leva a questionar: estamos equipando nossos futuros médicos com as ferramentas necessárias para cuidar de si mesmos tanto quanto de seus pacientes?

Relembrando William James, a atitude mental que adotamos em relação ao ensino e aprendizagem tem o poder de transformar vidas. Neste caso, a vida dos futuros médicos. Ao incentivar abordagens que levam em conta a saúde mental dos estudantes, estaremos contribuindo para formar médicos mais empáticos e resilientes.

Como membro da banca, fiquei impressionada com a maneira como o autor interligou as pesquisas existentes, incluindo a minha, para construir uma argumentação sólida. Ele destaca a necessidade de mudanças no ensino médico, colocando a saúde mental dos estudantes no cerne do processo educacional.

Concluo este post refletindo sobre o quão essencial é abordar a formação médica de uma maneira que promova não apenas a excelência técnica, mas também o bem-estar emocional e psicológico dos futuros colegas de profissão.

A tese não é apenas um documento acadêmico. É um convite à mudança, à reflexão sobre como educamos e preparamos os profissionais de saúde do futuro. Encorajo a leitura dessa obra não apenas para ganhar conhecimento, mas também para inspirar uma transformação na maneira como abordamos a educação médica e como um convite à reflexão sobre como educamos e formamos os profissionais do futuro. Vamos juntos embarcar nesta jornada de transformação, onde o cuidado com a mente é tão vital quanto o cuidado com o corpo.

originalmente do JLPolitica.com.Br

 

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