Depressão, Suicídio e o Setembro Amarelo

Setembro amarelo tem sido há algum tempo uma das mais belas campanhas de prevenção do suicídio, feitas no Brasil. Uma ação que envolve muitas entidades, entre elas a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Centro de Valorização da Vida. Mas também, mobiliza outras instituições, inclusive acadêmicas. Aqui em Sergipe, dou destaque a Liga PSIC de Saúde Mental. Esta liga trouxe as primeiras iniciativas da campanha SETEMBRO AMARELO para a nossa cidade, uma causa muito bem abraçada e defendida pela Associação Sergipana de Psiquiatria que tem envidado todos os esforços em um trabalho profícuo e de grande repercussão.

A responsabilidade da campanha é de todos. Ela é minha e é sua também.

Imagine que passam pelos serviços de perícia médica um exército de setenta mil pessoas entre ansiosos e deprimidos e que promovem absenteísmo no trabalho, porquanto graves prejuízos à saúde mental das pessoas.

A depressão chega em segundo lugar nas nossas estatísticas. É importante lembrar que ansiedade e depressão, muitas vezes, caminham lado a lado.  O Brasil é o campeão mundial em números, com 19 milhões de portadores de transtorno de ansiedade; e o segundo país com mais pessoas sofrendo com transtornos de depressão, em um total de 12 milhões entre 334 milhões de pessoas no mundo inteiro.

A depressão é muitas vezes negligenciada. É uma doença que carece de muita atenção e cuidado e que pode evoluir com ideações suicidas. Depressão, portanto, requer diagnóstico rápido e preciso.

Os transtornos depressivos se caracterizam por uma tristeza profunda que vai além de 15 dias e com uma sensação de esvaziamento como se a vida já não tivesse mais sentido. Todos os projetos e planos para o futuro desapareceram. Os pacientes relatam uma falta de vontade de estudar, de trabalhar, de viver. Apontam muito cansaço, de cunho físico e mental, e ainda dizem da falta de tesão e de alegria, mesmo que as coisas ao seu redor possam estar aparentemente bem e ajustadas.

Depressão é uma doença que pode alcançar qualquer indivíduo e a qualquer momento: rico, pobre, empregado ou desempregado, solteiro, viúvo, casado, talentosos, criativos, celebridades ou anônimos, cristãos, ateus, taxistas, auxiliares de serviços gerais, comerciantes ou comerciários, banqueiros ou bancários, engenheiros, médicos, estudantes, jovens ou idosos. Qualquer um pode adoecer!

As pessoas resistem em admitir que a depressão é uma doença e demoram a buscar ajuda. A sensação que a pessoa deprimida tem, é de ser totalmente incompreendida no que tange aos seus sentimentos e sintomas. Precisamos entender que aquilo apresentado, não é frescura! Não é preguiça! Não é uma questão de força de vontade!

Os sinais devem ser rapidamente percebidos para que os riscos de suicídio não se instalem.

No Brasil uma pessoa se suicida a cada 45 minutos e este número assustador afeta, em especial, os jovens entre 15 e 35 anos, caracterizando-se como uma das três maiores causas de morte nesta faixa etária. O que assusta, é que 90% destes suicídios poderiam ter sido prevenidos diante de diagnósticos rápidos e intervenções médicas.

Cuide das pessoas que você ama! Cuide dos seus amigos! Cuide da sua família! Fique atento aos sinais da depressão dos que estão ao seu redor! O preconceito com os transtornos psiquiátricos (psicofobia) pode retardar uma abordagem qualificada com riscos para a vida. Estas pessoas precisam de alguém que se interesse por elas, que as ouça e que as encaminhem rapidamente para um tratamento psiquiátrico e psicoterápico.

Faça a sua parte!

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