Inteligência humana sofre ameaça das máquinas

ChatGPT: você já sabe do que se trata?

“Acredito que o desenvolvimento pleno da inteligência artificial poderia significar o fim da raça humana”

Stephen Hawking

Nos últimos tempos certamente você tem ouvido muito sobre um tal ChatGPT. Você já sabe do que se trata? Pois bem, esta ferramenta de inteligência artificial foi lançada no final de 2022 e em poucos meses tornou-se um sucesso, tem sido algo um tanto quanto revolucionário, capaz de concorrer até mesmo com o Google.

Para você se atualizar, eu lhe informo que o ChatGPT é americano, e um maluco que você conhece, Elon Musk, criador da Tesla e da SpaceX, e que recentemente comprou o Twitter, criou em 2015 uma empresa, sem fins lucrativos, a OpenAI, que desenvolveu o projeto de inteligência artificial. Tudo isso foi construído em um cenário lindo, na Califórnia, em uma das mais belas cidades do mundo, San Francisco.

Vale a pena fazer o bom registo de que Elon Musk não está mais na empresa, porém lá tem os seus cofundadores do PayPal e do Linkedln, Peter Thiel e Reid Hoffman, respectivamente. Pois bem, o ChatGPT e é um algoritmo baseado em inteligência artificial.

A sua sigla significa Generative Pre-trained Transformer. O que está hoje como informação na internet é o alimento coletado pela inteligência artificial e serve como base de dados do algoritmo que tem padrões de cruzamento de informações, capaz de criar textos em resposta aos usuários.

Aliás, como o nome sugere, é de fato um bate-papo, um chat, com trocas entre a máquina e o usuário, e a cada resposta e novas perguntas/demandas o sistema se aprimora e se desenvolve mais e mais.

Esta ferramenta foi criada com foco em diálogos virtuais com assistentes virtuais, como por exemplo, uma tal de Alexa, que invadiu muitas casas brasileiras. Até aqui em casa, Alexa se faz presente e recebe comandos sobre coisas aparentemente simples, como apagar as luzes, ligar o ar condicionado, desligar a TV, ou tocar sua música favorita.

Os meus netos dizem o tempo inteiro: “Alexa, tocar galinha pintadinha!”. E claro, Alexa atende a este importante pedido. O detalhe é que a Amazon não quer que Alexa interaja com o ChatGPT porque quer, ela mesma, desenvolver recursos próprios, e proibiu que seus colaboradores compartilhem códigos com o ChatGPT por medo de concorrência.

O ChatGPT funciona como se fosse uma rede de neurônios, o Transformer, que lida com textos, muito atento ao contexto, às palavras-chave e aos múltiplos significados das palavras, e é capaz de dar ideias criativas para organizar uma festa temática, gerar textos, redações com temas complexos e polêmicos, games interativos a partir da criação imaginária do jogador, geradores de layouts para sites, poemas, contos, tabelas, receitas. Trabalhos escolares.

Como ter controle doravante dos direitos autorais? A pergunta merece reflexão porque a inteligência artificial cria livros, músicas e artes visuais usando milhões de referências de artistas de várias épocas e tendências. Quem se intitulará o autor destas criações feitas pelas máquinas?

Esta ferramenta já está disponível em português também. Não temos ainda respostas infalíveis e perfeitas. Às vezes, por culpa das perguntas mal formuladas também, mas enfim, às vezes suas respostas são imprecisas, ou carregam nas tintas de preconceitos, racismo e sexismo, haja vista os geradores de texto terem sido treinados analisando bancos de dados de palavras escritas por pessoas com defeitos e conflitos éticos reais.

O sistema tem um limite: as informações usadas pelo algoritmo vão até 2021. Ou seja, eventos após este ano não são compreendidos pelo algoritmo, pois ainda não foi criada uma base de dados posterior. Assim, o usuário terá uma resposta, porém desanexada da realidade.

O Google teme ser desbancado como o buscador mais importante da atualidade e já está criando ferramentas de diálogos que conversem com o usuário. Aliás, os jovens já têm buscado respostas às suas perguntas no Tik Tok ou no Instagran. Confesso que não conheço o primeiro e, apesar de ser usuária do segundo, não tenho intimidade com as ferramentas disponíveis naquela rede. Preciso aprender.

Corremos sérios riscos quando crianças e adolescentes usam a inteligência artificial, com o impacto negativo no desenvolvimento educacional deles, em um futuro próximo, quando permitimos que estes recursos substitua o exercício de pensar e articular ideias em um texto.

As escolas e universidades estão em pavorosa e querem barrar estudantes que usam o ChatGPT nos trabalhos acadêmicos. Como conseguir isso? Não temos resposta ainda. Quem sabe vamos ter de voltar a usar o recurso de provas de sustentação oral.

O assustador é que a inteligência artificial derrota 80% dos candidatos em processo seletivo. Já pensaram sobre isso? Muito poder de uma ferramenta que sequer desenvolveu ainda toda a sua potencialidade.

A verdade é que não se trata de ficção científica. Esta e outas inovações causam um certo medo, pois pela primeira vez percebem-se chances concretas das máquinas assumirem o poder, posto que estas criaturas, os robôs, estão sendo treinados e já conseguem aprender coisas sem a ajuda do criador homem em uma velocidade inimaginável para o cérebro humano.

Assusta também porque a inteligência artificial é terra sem dono. A lei ainda não a alcança e ela não tem limites. E mais: ela é capaz não só de cumprir tarefas, mas de reagir às intercorrências durante a execução das atividades.

Um computador, por exemplo, é capaz de vencer o melhor enxadrista que deu, ele próprio, os algoritmos para a máquina. Chega um momento que a máquina aprende sozinha e vai além do esperado.

O nível de complexidade é gigante, e a máquina em frações de segundos toma decisões. Vale para os carros sem motoristas e ou para as cirurgias robóticas. Quem haverá de responder por acidentes ou por diagnósticos e tratamentos prescritos? Uma máquina, o médico, o hospital? Parece que teremos de atualizar urgente nossos códigos de conduta ética.

Certamente toda esta evolução abrirá novas perspectivas no mercado de trabalho, a exemplo dos que trabalham com tecnologia da informação, ciências e segurança de dados, ao tempo em que ameaça de extinção os bibliotecários, tradutores, produtores de música e de notícias, contadores, especialistas em marketing e publicidade, entre outros.

O que assusta mais ainda é a manipulação de textos e principalmente de imagens em vídeos e fotos, produzindo fake news, teorias da conspiração, campanhas de desinformação, cenas falsas em cenários diversos, criando ou até mesmo refazendo a história, gerando convicções e narrativas que levam a quem lê, ou assiste, a uma falsa realidade, difícil de comprovar sua natureza criminosa.

Estou assustada. Sei, no entanto, que apesar dos riscos, muita coisa boa pode acontecer se soubermos lidar e dar limites a esta criatura que parece ter uma inteligência indomável, a máquina. A OpenAI criou um dispositivo fantástico que permite identificar com sucesso quando um texto foi produzido com a mesma tecnologia e assim temos um filtro, pequeno que seja, para as fake news.

E você, querido leitor? Comente conosco o que você acha da inteligência artificial e se você, como Stephen Hawking, um dos mais renomados cientistas do século, tem algum temor sobre o futuro com as novas tecnologias.
Particularmente, acho que um dia, tal qual no cinema, os homens poderão perder o controle sobre as máquinas e estas poderão dominar o mundo e os humanos. Sinto até um arrepio…

originalmente do JLPolitica.com.Br

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